Hakuna matataa

 



O Rei Leão
O filme narra a história de um leãozinho chamado Simba, filho de Mufaza, o Rei Leão. A inesperada morte de seu pai, - pela qual é acusado - e as pressões de seu tio Scar, invejoso e maquiavélico, o obrigam a fugir em direção a uma longa jornada de muita aprendizagem e autoconhecimento. Anos depois, já adulto e amadurecido, Simba reencontra sua velha amiga de infância, Nala, que lhe convence a voltar para a Savana e enfrentar o seu destino.
“O Rei Leão” é um filme que irá tratar de valores morais como a estrutura familiar, o companheirismo e o amor e, em contra partida, fraquezas humanas – mesmo que retratadas através de animais -, como a inveja, a ambição e o abuso do poder.
A inveja : 
Na trama, estas características negativas ficam evidentes na relação, no mínimo conturbada, entre o então rei Mufaza e seu irmão, Scar, que o mata com o auxílio de hienas, ambicionando o poder do reino. Este é um ponto em comum com a realidade, já que algumas pessoas são dominadas por interesses e não medem esforços para alcançar o que almejam, podendo prejudicar as outras sem pensar nas consequências de seus atos.

Inveja é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser)e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor.

Geralmente, essa situação acontece quando, num mesmo ambiente, uma pessoa se destaca mais do que a outra – como Mufaza -, recebendo mais prestígio e reconhecimento dos demais; isso acarreta um sentimento de inferioridade em alguns daqueles que não corporificam, necessariamente, as qualidades desejadas, como Scar e as hienas. Então, estas acabam esquecendo o sentido do amor fraterno e podem ser movidas pela inveja e o mau caráter.

A amizade:
Em contraste ao trapaceiro, ardiloso e covarde Scar, surgem as figuras do suricate Timão e do javali Pumba, que são excluídos da sociedade, mas nem por isso se deixam corromper em nenhum momento do filme; pelo contrário, demonstram fidelidade e companheirismo a quem, inicialmente, representaria um perigo a eles. São, assim, essenciais à sobrevivência e à adaptação de Simba na selva, que precisou mudar os seus hábitos para que não fosse devorado pelo meio. É um reflexo de que é possível encontrar, na sociedade, pessoas de caráter que se importam com o bem estar do próximo e são movidas a sentimentos positivos.

Devido a diversos fatores, como o modo que foram criados, por exemplo, muitas pessoas demonstram o amor ao próximo através de gestos de lealdade e fraternidade, esperando, apenas, que sejam retribuídos com o mesmo afeto e carinho que estão oferecendo. (GUEDES, Alexandre. 2010).

A sensação de perigo : 
Em uma de suas aventuras, Simba é instigado a visitar uma área além dos limites da terra do reino, mesmo tendo consciência do perigo e da proibição por parte de seu pai. Essa situação relaciona-se com o aspecto psicológico das pessoas, que são movidas, mesmo que inconscientemente, por um interesse pelo desconhecido ou proibido; é como se fossem atraídas por situações que lhe causem alguma sensação de perigo, fato percebido em casos reais.
Os sábios: 
Na sociedade, algumas pessoas, em meio à dúvidas e inseguranças, tendem a procurar uma zona de conforto, que pode ser encontrada em entidades, como padres, chefes tribais, sábios ou guias espirituais, por exemplo. Esses seres, detentores de sabedoria, experiência ou espiritualidade elevada são representados no filme pelo babuíno Rafiki, que é o mediador da conversa entre Simba e Mufaza, já falecido, fazendo com que ex-leãozinho volte para o seu reino.
O abuso do poder: 
Quando Scar consegue chegar ao poder, usufrui de sua antiga parceria com as hienas para desvalorizar e humilhar os demais animais. Além disso, não cumpre devidamente as suas obrigações de rei, de forma a deixar o reino em condições precárias e os animais passando fome. Esta prática é definida como abuso de poder, que é encontrado hoje em dia com alguns policiais e governadores, por exemplo, tendo sido notada, anteriormente, com outras formas de governo, como a monarquia.

Abuso de poder é o ato ou efeito de impôr a vontade de um sobre a de outro, tendo por base o exercício do poder, sem considerar as leis vigentes. A democracia é um sistema que se opõe a este tipo de atitude. O abuso de poder pode se dar em diversos níveis de poder, desde o doméstico entre os membros de uma mesma família, até aos níveis mais abrangentes. O poder exercido pode ser o económico, político ou qualquer outra forma a partir da qual um indivíduo ou coletividade têm influência directa sobre outros. O abuso caracteriza-se pelo uso ilegal ou coercivo deste poder para atingir um determinado fim. (WALES, Jimmy. 1999)
Enfim, “O Rei Leão” – um dos mais populares desenhos da Disney -, mostra como são importantes as relações familiares e como a aceitação do destino é algo tão discutível e ponderável.